Pesquisador do IDR Paraná orienta produtores da Cocari sobre controle das formigas cortadeiras nas lavouras de soja

As formigas cortadeiras representam uma preocupação para os produtores durante o ano inteiro, mas em setembro há uma preocupação extra: a revoada das formigas, que atacam pastagens e lavouras. “O ataque das formigas na região Noroeste é grave e nem mesmo as lavouras de soja têm escapado dos danos nos últimos anos”, destaca o extensionista do IDR-Paraná, Valter Teixeira da Silva.

Ele orienta que o controle deve ser feito sistematicamente. “Em setembro ocorre a revoada, que é o período de reprodução dessa espécie de formiga. A prática nos mostra que, a cada revoada, temos uma média de 50 novos saúveiros, o que aumenta os danos às lavouras agropecuárias de modo geral. Atacando as pastagens, prejudica a pecuária e afeta a produção de leite, carne, entre outros”, destaca.

Silva aponta que, quando as formigas começaram a atacar as lavouras de soja, os produtores ficaram mais atentos. “Enquanto a praga estava nas pastagens, era comum o produtor não se preocupar. Mas, quando afeta uma cultura que gera tanta renda, aí o produtor se preocupa mais”, pondera.

Método eficaz

A falta de conhecimento sobre os hábitos das formigas cortadeiras dificulta o controle efetivo. “Um exemplo é a escolha dos locais onde são colocadas as iscas ou pó formicida”, comenta o especialista do IDR. O avanço das formigas cortadeiras ocorre pela falta de um método eficaz de controle, levando o produtor a perder a batalha contra as formigas por não saber como usar os produtos disponíveis no mercado. “Há produtores que colocam pouca quantidade de produto, que não faz efeito. Ou então, colocam em excesso, e as formigas detectam que é veneno, isolam o local e continuam ampliando o formigueiro”, afirma.

Onde colocar as iscas

Silva explica que os formigueiros têm vários tipos de olheiros com funções diversas, como respiração, controle da temperatura e entrada das formigas carregando folhas. É justamente nesses últimos que a isca deve ser colocada. “Quando a isca é colocada em outros tipos de olheiros, ela é ignorada pelas formigas”, ressalta. “As iscas também não devem ser colocadas sobre o caminho percorrido pelas formigas, mas ao lado. Só assim elas levarão o produto para dentro do formigueiro, comprometendo o desenvolvimento do fungo cultivado pelas formigas, que alimenta os insetos”, acrescenta.

Alternativa

Ele recomenda o uso de formicida em pó para polvilhamento e em iscas granuladas. Em situações de alta infestação, que dificultam a medição de cada formigueiro e a determinação da quantidade correta de isca formicida, é necessário usar a técnica da termonebulização. “Insere-se a mangueira do equipamento nos olheiros e, conforme o formigueiro vai saturando com a fumaça tóxica, obstrui-se o orifício aplicado e encerra-se a aplicação”, aconselha.

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