O governo do presidente Lula voltou a ser alvo de controvérsias ao utilizar canais oficiais para atacar pessoas que discordam da gestão petista. Dessa vez, o humorista Carlos Alberto de Nóbrega se tornou o foco das críticas. Tudo teve início quando o comediante criticou o presidente Lula por não possuir formação acadêmica formal. Durante o programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Carlos Alberto elogiou o antecessor de Lula e abordou as dificuldades de fazer humor no Brasil atualmente, mas também questionou a capacidade de Lula para liderar o país, enfatizando sua falta de educação formal.
Em resposta, o Governo Federal exibiu um anúncio do programa de renegociação de dívidas, chamado Desenrola Brasil, no qual uma idosa com a mão no ouvido aparece próximo a um banco de praça. Essa imagem foi interpretada por internautas como uma provocação direcionada a Carlos Alberto de Nóbrega, remetendo à sua personagem Velha Surda do programa “A Praça É Nossa”. A palavra “praça” no anúncio foi destacada em vermelho, fazendo alusão ao bordão “nome sujo na praça”. Esse deboche foi amplamente percebido e interpretado como uma reação de Lula às críticas feitas pelo humorista.
Nome sujo na praça já era. O Governo Federal está lançando um grande programa para renegociar as dívidas de 70 milhões de brasileiros: o Desenrola Brasil!
— Governo do Brasil (@govbr) July 5, 2023
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Não é a primeira vez que o governo utiliza canais oficiais para atacar opositores. Recentemente, o governo publicou uma imagem no Instagram com a legenda “grande dia” e um emoji de “joinha” no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. Essa legenda faz referência a um post feito por Bolsonaro no Twitter, em 2019, após Jean Wyllys anunciar que deixaria o Brasil alegando ameaças de morte.
Carlos Alberto de Nóbrega também expressou sua indignação em relação à visita do venezuelano Nicolás Maduro ao Palácio do Planalto, onde foi recebido com honras pelo governo brasileiro. O humorista mencionou seu personagem João Plenário, que faz alusão à corrupção, e criticou os gastos excessivos da Presidência durante o mandato de Lula, citando a compra de uma cama no valor de R$ 60 mil como um exemplo de “afronta”.
Esses episódios recentes levantam questionamentos sobre o uso inapropriado dos canais oficiais do governo para atacar opositores e ridicularizar aqueles que expressam críticas à gestão petista. As atitudes têm gerado controvérsia e alimentado o debate sobre a liberdade de expressão e o papel do governo na promoção do respeito às opiniões divergentes.
Com informações da Revista Oeste