Tradicionalmente, o café tem um ciclo bianual. A safra de 2023 foi abundante, esperava-se um volume menor para este ciclo. No entanto, os agricultores estão testemunhando uma recuperação notável, atribuída tanto às condições climáticas favoráveis em algumas regiões quanto ao manejo adequado das plantações. As floradas ocorreram de maneira uniforme, resultando em uma maturação equilibrada que contribuiu para a alta qualidade dos grãos.

No Paraná, as projeções indicam produção de cerca de 750 mil sacas, provenientes dos 26 mil hectares dedicados ao cultivo do café no Estado. O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Hugo Godinho, destaca a uniformidade das floradas como um fator-chave para o sucesso desta safra, garantindo uma boa qualidade ao produto final.

Região da Cocari

O consultor do Departamento Técnico da Cocari (Detec), no Paraná, Patrick Rodrigues de Souza, reforça que na região cafeeira da Cocari a florada foi uniforme, mas a falta de chuva prejudicou a produtividade. “Estamos com pouco mais de 70% do café colhido, mas tivemos uma redução esse ano. Enfrentamos seca e altas temperaturas, que atingiram todo o norte do Estado, causando prejuízo. O café é uma cultura resistente, mas como o período de estresse hídrico foi longo, no momento de formação de grãos, acabou prejudicando”, informa Souza.

No Cerrado Goiano, de Catalão a São João D’Aliança, conforme relatou o especialista na cultura de café da Cocari, Daniel Silva Sales, está em torno de 65% de área colhida do café do pé, e 20% colhida do café de chão. “A região foi afetada pela pouca pluviosidade nos meses de início da granação, entre dezembro e fevereiro. Também tivemos florada do café em diferentes estágios, em torno de quatro floradas nos meses de outubro a novembro, o que afetou a catação do café por ter mais grãos verdes. Aqui no Cerrado também teremos quebra de safra, de mais ou menos 10% a 20%”, calcula Sales.

Redação Cocari, com informações do Portal do Agronegócio