O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, depôs, nesta terça-feira (11), à CPI que investiga os ataques golpistas de 8 de janeiro. O militar se manteve em silêncio diante das perguntas dos senadores e deputados.
Mauro Cid compareceu fardado no Congresso Nacional e alegou o direito garantido pela ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, de não responder perguntas que possam incriminá-lo.
Mauro Cid disse que existem, pelo menos, oito investigações na Justiça contra ele, inclusive pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. O militar está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação.
Entre as perguntas que ficaram sem resposta está a da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, sobre o cartão de vacina de Bolsonaro.
O militar também não respondeu sobre o vandalismo no dia 8 de janeiro, questão levantada pela deputada Laura Carneiro.
Até o questionamento do senador Magno Malta sobre as intenções de golpe do ex-presidente Bolsonaro ficou sem resposta.
Mauro Cid repetiu várias vezes que sua decisão era pelo silêncio.
O presidente da CPI, Artur Maia, disse que pode levar ao STF um possível descumprimento da ordem judicial por não responder a fatos que não o incriminavam.
Os parlamentares aprovaram ainda requerimentos de quebras de sigilos e pedidos de documentos de pessoas que já prestaram depoimento à Comissão. Mauro Cid e oito funcionários do gabinete pessoal de Bolsonaro também tiveram seu sigilo quebrado.
Edição: Jacson Segundo / Alessandra Esteves/ Agência Brasil