Homem em estágio terminal é 2º do mundo a receber transplante de coração de porco

University of Maryland School of Medicine/Reprodução

Na quarta-feira (20), médicos da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, conduziram com sucesso o segundo transplante de coração de porco geneticamente modificado em um ser humano, marcando um avanço significativo na técnica inovadora de xenotransplante, que envolve o enxerto de órgãos entre espécies diferentes.

O paciente, Lawrence Faucette, de 58 anos, sofria de uma doença cardíaca em estágio terminal e havia sido considerado inelegível para um transplante cardíaco tradicional. A Food and Drug Administration (FDA), órgão americano equivalente à Anvisa, concedeu aprovação emergencial para a cirurgia, permitindo que Faucette recebesse o coração de porco geneticamente modificado.

Este avanço médico emocionante vem após o caso de David Bennett, de 57 anos, que foi o primeiro paciente a receber um coração de porco geneticamente modificado. Bennett sobreviveu por cerca de dois meses após a cirurgia, um marco que foi amplamente celebrado pela comunidade científica mundial.

Diferentemente do primeiro transplante de coração convencional em humanos, realizado em 1967, que resultou em uma sobrevida de apenas 18 dias, a técnica de xenotransplante aprimorada oferece uma nova esperança para pacientes como Faucette, que agora tem a chance de prolongar sua vida.

O procedimento envolve o uso de uma terapia de anticorpos inovadora, combinada com medicamentos antirrejeição tradicionais, destinados a prevenir que o sistema imunológico do paciente ataque o órgão transplantado. Além disso, porcos geneticamente modificados são utilizados para minimizar a rejeição hiperaguda, uma resposta do sistema de defesa humano.

Os cientistas têm estudado e refinado essa técnica desde a década de 1960, quando se começou a considerar a possibilidade de transplantes entre espécies diferentes. Os porcos se tornaram a escolha preferida devido à sua fisiologia e anatomia semelhantes às dos seres humanos.

A modificação genética envolve a introdução de genes humanos nas células de porcos recém-nascidos, bloqueando os genes responsáveis pela produção de açúcares que causam rejeição e inserindo genes humanos para moderar a resposta imunológica do paciente. As células modificadas são então introduzidas em óvulos sem núcleo, usando técnicas semelhantes às utilizadas na clonagem da ovelha Dolly.

Além de oferecer esperança para pacientes com doenças cardíacas em estágio terminal, os xenotransplantes também abrem novas perspectivas no campo dos transplantes de órgãos. Isso inclui uma maior previsibilidade do procedimento, o que pode resultar em redução de custos, e a possibilidade de os pacientes terem “irmãos porcos”, o que pode ajudar no controle da rejeição.

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