Um caso da doença conhecida como ‘Vaca Louca’ foi confirmado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) nas últimas semanas. O caso acendeu um alerta no mercado de carne brasileiro, mas não é motivo para alarde, como explica o médico veterinário da Cocari, Pedro Lucas Rodrigues Barbosa Rosa.
Segundo ele, todo ser vivo, incluindo os humanos, torna-se cada vez mais debilitado, proporcionando o aparecimento de algumas enfermidades. “Durante a vida do animal, o desenvolvimento desta doença pode ser geneticamente determinado devido a alguma mutação ou a algum dano celular. Esta é a forma atípica, originária do próprio organismo do animal, devido principalmente a questões de idade”, ressalta.
No caso registrado no Pará, foi exatamente o que aconteceu. “Foi um processo espontâneo e esporádico, que ocorreu em um animal de 9 anos. Levando isto em consideração, podemos comparar este caso à doença de Alzheimer, que é neurodegenerativa e acomete pessoas com idade mais avançada. Não tem causa específica, mas é de cunho genético, e não é transmissível”, disse ele.
A ‘doença da Vaca Louca’, na verdade tem o nome científico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e foi descrita pela primeira vez na década de 1980, em rebanhos da Inglaterra. A doença causa degeneração no sistema nervoso dos bovinos e pode infectar humanos que consumirem a carne contaminada destes animais.
A enfermidade é causada por um aglomerado de proteínas chamado príon, que não é considerado um ser vivo por não possuir material genético. O príon causa lesões semelhantes a pequenos buracos no cérebro dos indivíduos infectados, fazendo com que o tecido cerebral apresente um aspecto esponjoso — daí o nome encefalopatia espongiforme.
“Os principais sintomas desta patologia são a perda da coordenação motora, hipersensibilidade ao toque e desordens comportamentais. Infelizmente, não há nenhum tratamento eficaz contra a doença”, afirma o médico veterinário.
Mesmo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) confirmando que este caso realmente foi atípico, embargos sob a exportação de carne ainda estão vigentes. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) planeja abrir conversas com o governo chinês, principal importador da carne brasileira, nos próximos dias. A intenção do Governo Federal é fazer com que as exportações para o país asiático retomem em breve.
Redação Cocari