Deputados de oposição protocolaram nesta terça-feira (20) um pedido de impeachment contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por suas declarações sobre Israel. No último domingo, o brasileiro comparou a operação militar da nação na faixa de Gaza ao extermínio de judeus por Adolf Hitler.

Até o fechamento desta reportagem, 118 parlamentares subscreveram o pedido apresentado pela deputada Carla Zambelli do PL. A parlamentar aliada de Jair Bolsonaro afirmou que o pedido não leve em conta caráter ideológico ou político, e sustenta que ele se baseia na Constituição.

Ao todo, a lista conta com deputados de nove partidos. 4 são da Base Aliada do Palácio do Planalto, União Brasil, PP, Republicanos e PSD. 32 deputados que integram a chamada Base Aliada subscreveram o pedido de impeachment. O PT e partidos de esquerda saíram em defesa do presidente da República.

A deputada Jandira Fegali, do PC do B, por exemplo, sustentou que a fala de Lula chama a atenção para um genocídio que tem ocorrido na faixa de Gaza.

“De um exército muito bem aparelhado, e como disse o presidente Lula, não são soldados contra soldados. É um exército contra mulheres e crianças e um povo desarmado. O presidente Lula e nenhum de nós nunca deu apoio às atitudes do Hamas. Isso é uma mentira, isso é uma inverdade, é outro cinismo.

O andamento de um pedido de impeachment depende do presidente da Câmara, no caso Arthur Lira. No entanto, ele já indicou aliados que não vai aceitar o pedido, ou seja, a proposta ficará engavetada, assim como outras. Por outro lado, inegavelmente, a fala do presidente que criou uma crise diplomática com Israel abriu brechas para críticas ácidas de opositores. Além disso, o posicionamento de Lula também é visto como um fator que pode potencializar a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o fim de semana em São Paulo.