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COCARI: Dia dos Filhos, a importância da sucessão familiar no campo

Neste dia 23 de setembro, comemora-se o Dia dos Filhos, uma data para lembrar a importância da sucessão familiar nas propriedades rurais, quando os pais constroem laços de confiança com seus filhos para passar adiante a responsabilidade de realizar a gestão da propriedade familiar. É muito importante que os jovens analisem a possibilidade de continuarem trabalhando na propriedade rural, unindo a experiência dos pais a novas propostas e ferramentas disponíveis no mercado. Nesta matéria especial, vamos apresentar histórias de quem vive este processo e já colhe bons frutos.

Guilherme Tambarucci, de 23 anos, é filho do cooperado Adilson Claudenir Tambarucci, de Lunardelli (PR) e auxilia o pai na propriedade rural desde criança. Na agricultura, eles trabalham com soja, trigo, milho e braquiária; na pecuária, com cria e engorda de bovinos. “Atuo no setor agrícola e na pecuária. Entre as atividades que realizo, estão o plantio, pulverização, colheita, transporte, conservação de estruturas, manejo de plantas daninhas e tarefas diárias de serviços gerais. Hoje meu papel dentro das atividades da empresa da família é de fundamental importância para o bom andamento dos processos. A sucessão familiar está acontecendo aos poucos, com as atividades operacionais migrando para minha total responsabilidade, enquanto as atividades gerenciais ainda permanecem sob responsabilidade do meu pai”, explica.

A irmã de Guilherme, Adrieli Tambarucci, de 28 anos, trabalha há três anos na propriedade, é zootecnista e desenvolve atividades de logística, comercialização de insumos e entregas de produtos, com participação no planejamento nutricional e estratégico no setor da pecuária. “Meu papel dentro das atividades da empresa da família colabora com o bom andamento das operações diárias”, explica.

Luana Aparecida Depieri, de 18 anos, é integrante do Núcleo Jovem da cooperativa em Marialva (PR) e é filha do cooperado Agostinho Depieri Sobrinho. Ela cursa Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e também colabora com o trabalho na propriedade familiar. “Acompanho meus pais nas atividades do sítio, onde trabalhamos com o cultivo de grãos (soja, milho e trigo) e a viticultura. Estive no campo desde menina e, à medida que fui crescendo, entendi o real valor daquilo e a importância para nosso sustento. Nos últimos anos, além de ajudar na colheita e demais trabalhos braçais, tenho tomado a frente da parte financeira da viticultura. Participar dos cursos e eventos do Núcleo Jovem da cooperativa me abriu os olhos para novas possibilidades e serviu como incentivo para ajudar ainda mais meus pais. Pretendo influenciar meu irmão a seguir no Núcleo Jovem, porque é muito enriquecedor estar a par das novidades e trocar experiências com demais sobre o que dá certo em suas propriedades e ver novas possibilidades de trabalho, algo que, somado àquilo que já realizamos, é fantástico. Tomar conta de uma propriedade não é nada fácil, mas quando esse trabalho é compartilhado, fica mais tranquilo e é assim em nossa propriedade, cada um faz um pouco. Meu irmão mais novo tem ajudado nosso pai na parte do cultivo de grãos e minha mãe e eu no cultivo de uva. A cada dia, tenho buscado aprender coisas com meu pai para seguir tocando a propriedade. Ver a disposição dele em ensinar e a atenção ao escutar ideias novas é algo que não tem preço e me motiva a seguir em frente”, considera.

Mateus Eliel Depieri, de 26 anos, é zootecnista e filho do cooperado José Luiz Depieri, de Marialva (PR) e sempre trabalhou com os pais. Na propriedade, a família produz uvas de mesa, com aproximadamente 460 pés de diversas variedades: benitaka, núbia e vitória. Além da uva, eles cultivam soja, milho, trigo e criam alguns animais domésticos, além de patos, gansos, galinhas, galinhas-d’angola e suínos, para o próprio consumo, e também atuam na produção de mel. “O manejo e todo o cuidado que se deve ter com a poda da videira estão entre as minhas principais atividades. É algo que exige bastante trabalho e dedicação, desde a adubação para corrigir o solo para iniciar uma nova safra até o momento da colheita da uva. Além disso, contribuo com os manejos necessários com os animais, alimentação, cuidados com a saúde e o seu bem-estar. Realizamos vistorias rotineiras nas colmeias de abelhas para ver como estão os enxames e, se preciso, fazemos alguns reparos. Na parte das máquinas agrícolas, realizamos todo o alinhamento e revisão para entrar no campo antes de iniciar um novo plantio ou colheita”, explica.

Mateus fala sobre os aprendizados trazidos pelo processo de sucessão. “A responsabilidade é muito grande, mas também é algo satisfatório. Desde os primeiros passos na propriedade, com os ensinamentos de meu avô, já falecido, e do meu pai, principalmente, aprendi como preparar o solo para o plantio da soja, por exemplo, os cuidados com os nascimentos de uma leitegada (ninhada de leitões). Tudo isso serviu para o meu conhecimento e crescimento no meio rural, é uma das maiores responsabilidades que eles depositaram em mim. Minha maior conquista foi entrar para uma universidade pública e, atualmente, sou formado em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) graças a Deus e meus pais. Agora, é minha responsabilidade unir o aprendizado da graduação com as lições que meu pai me ensinou, dar sequência aos trabalhos e incentivar meus filhos para seguir o mesmo caminho futuramente, porque, em meio um período de tantas incertezas, o agronegócio não parou. Continua produzindo para todo o mundo, garantindo, assim, alimento de qualidade para todos”, destaca.

Rosecler Borella é administradora e filha do cooperado Paulo Antonio Borella, de Cristalina (GO). Sua família trabalha no cultivo de soja verão e milho safrinha, integração lavoura-pecuária e criação de bovinos. “Sempre vivi na propriedade. Depois de casada, participava indiretamente da atividade, mas há três anos assumi a administração da fazenda, sendo responsável pela comercialização e toda a parte burocrática. Meu esposo, Leonardo, e meu filho, Junior, de 23 anos, trabalham na área operacional e técnica. Além disso, meu caçula, Davi, de 12 anos, já está entrando nessa linha de sucessão também”, conta.

“Sou formada em Administração e trabalho com uma metodologia moderna, com conceitos um pouco diferentes daqueles do meu pai, mas a aceitação dessa nova forma de administrar foi muito boa. Atualmente, temos máquinas, tecnologia na fazenda, com tudo pronto, sem precisar abrir terra, então temos que dar o máximo de nós para manter o patrimônio e conquistar, inovar, empreender. Temos condições melhores para produzir, linhas de crédito mais facilitadas para adquirir ou trocar um maquinário, ferramentas que nos auxiliam para termos melhores tomadas de decisão. Também temos muita tecnologia na comunicação, podemos comprar via WhatsApp ou e-mail. Não é preciso sair de casa para resolver uma série de questões que antes exigiam o deslocamento até as empresas. E contamos com essa rede de apoio para levar o empreendimento da família adiante tal qual fez meu pai ou melhor”, declara.

Ela conta que a confiança do pai precisou ser conquistada. “Quando meus pais decidiram passar a fazenda para mim, foi durante um período de muito sofrimento para a família, quando meu irmão faleceu em 2018. Meu esposo e eu fomos convidados por meus pais a assumir a sucessão. No início, fiquei insegura, mas comecei mostrando para ele que muitas coisas dentro da fazenda tinham que mudar. Nos primeiros meses, ele tentou impor algumas questões, mas depois da primeira colheita, quando ele viu que tínhamos aumentado a produção da fazenda em 20 sacas de soja a mais do que ele estava habituado a colher, ele disse que tinha certeza que havia entregado a fazenda em boas mãos. Depois que ele viu que passamos a comprar mais insumos à vista e que conseguimos entrar no mercado e plantar com mais recursos próprios, ele também já ficou bem mais confiante, porque viu que a fazenda é tratada como uma empresa. A confiança que meu pai tem em mim é enorme, tanto que hoje ele já deixa as tomadas de decisão sob a nossa responsabilidade. Isso é muito gratificante e mostra que estamos no caminho certo”, revela.

Redação Cocari

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