COCARI: Avicultores e comunidade devem intensificar cuidados para evitar propagação da Influenza Aviária

Nos últimos dias, o Brasil vem registrando novos focos de Influenza Aviária em aves silvestres, o que reforça a necessidade de constante vigilância por parte de avicultores e toda a comunidade para que as contaminações não atinjam os plantéis comerciais. Conhecida como Gripe Aviária, a doença é altamente perigosa e traz grande impacto econômico para toda a cadeia avícola. É causada por um vírus transmitido pelo contato direto com aves infectadas, levando a morte de todo o plantel contaminado, e pode acometer todos os tipos de aves, tanto as silvestres, quanto as domésticas, aquáticas e de criação comercial.

Fernando Esteves Trentinalha, analista do Setor Avícola da Cocari, destaca que a Cocari reforça junto aos avicultores integrados a necessidade dos cuidados a serem tomados para se evitar a propagação da doença, ampliando fatores que envolvem a biosseguridade nas propriedades. 

O supervisor de Avicultura do frigorífico da Aurora em Mandaguari (PR), Andreo Eckel, salienta que os cuidados devem ser intensificados. “A Influenza Aviária é uma doença que tem grande impacto na sanidade das aves, causando mortalidade de 80 a 100% das aves em propriedades onde o vírus entra. Uma vez detectado o foco no aviário, é necessário todo um trabalho junto ao serviço veterinário oficial, que precisa ser notificado para acompanhar este processo, eliminando toda a parte de matéria orgânica que tenha na propriedade, ou seja, é necessário abater 100% dos lotes das aves que estiverem na propriedade, fazer o enterrio dessas aves, remover a cama, remover a ração e também fazer o enterrio desse material”, disse. “Após isso, ainda há necessidade de prosseguir com toda limpeza e desinfecção e o vazio sanitário para fazer o repovoamento dessa propriedade ou região, o que pode levar em torno de seis meses”, comentou. 

Eckel reforça que a Aurora vem tomando os cuidados em toda a cadeia produtiva, envolvendo matrizes, incubatórios, fornecedores e nas plantas frigoríficas, redobrando o trabalho de limpeza e desinfecção dos caminhões e contêineres, principalmente aqueles que vêm do exterior ou que passam pelo litoral, onde há o maior número de casos no Brasil. Diante disso, segundo ele, o grande cuidado que é preciso ter agora é em relação aos aviários de frango de corte porque ali está o maior risco de entrada de uma infecção pelo vírus de Influenza. “Alguns cuidados já eram cobrados antes, mas estamos reforçando aos avicultores as precauções necessárias”, relatou.  

Orientações aos avicultores:

  • Evitar visitas e a entrada de pessoas ou veículos alheios no pátio da granja e, principalmente, no aviário. 
  • Utilizar calçados exclusivos dentro do aviário e fazer utilização de pedilúvio para garantir que os calçados não estejam contaminados.
  • Sempre que o granjeiro ou o produtor tiver contato com aves de outra produção, ele deve fazer um vazio sanitário de, no mínimo, três dias sem entrar na propriedade, além de lavar todas as roupas, principalmente quem passar pela região do litoral.  
  • Manter a área do pátio sempre limpa, utilizando o arco de desinfecção em todos os veículos que forem entrar. 
  • Não deixar animais dentro do cercado.
  • Não ter árvores frutíferas que possam atrair aves.    
  • Utilizar água de poço artesiano fechado ou mina fechada, não fazendo uso de reservatórios a céu aberto, captação de rio, lagoas ou outras fontes de água sem proteção e sempre trabalhar com a cloração de água. 
  • Além disso, sempre manter em dia o controle de visitantes para saber quem entrou e quem saiu da propriedade para um possível caso de investigação, e realizar também o controle de pragas, como cascudinho e roedores que podem ser vetores do vírus para a granja.

Evitando a propagação

“Então, basicamente, hoje a única forma de a Influenza chegar ao aviário é se uma ave contaminada entrar na granja ou se nós, seres humanos, levarmos esse vírus pela sola do sapato contaminado. São procedimentos simples, como o controle de pessoas que vão adentrar no aviário, a troca do calçado e uma boa desinfecção, mas são grandes passos para evitar a entrada da Influenza Aviária nos galpões”, afirmou. 

Outro ponto importante não somente para os avicultores, mas para todas as pessoas, é que, caso encontrem aves silvestres, ornamentais ou qualquer outro tipo de ave morta ou com aspecto doente ou caída, não tenham contato com elas e comuniquem o serviço veterinário oficial imediatamente. No caso dos avicultores da Cocari, podem entrar em contato com a equipe técnica da Aurora para orientarmos e acionarmos o serviço oficial”, frisou Eckel. 

Redação Cocari

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