O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Cepea-Esalq/USP) divulgou, no início de janeiro, as perspectivas para a soja, milho, trigo, boi e frango no ano de 2023. Confira:
Soja
Pesquisadores do Cepea consideram que o bom desenvolvimento das lavouras da América do Sul é fundamental para que se confirmem as atuais estimativas apontando crescimento da oferta mundial de soja na safra 2022/23. No campo, o clima desfavorável na Argentina e no Paraguai traz otimismo para os agentes nacionais, que aguardam maior demanda global por derivados de soja do Brasil. Até o momento, a safra brasileira é estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em volume recorde, de 153,47 milhões de toneladas.
Milho
Agentes consultados pelo Cepea estão atentos às perdas de produtividade estimadas para as lavouras de primeira safra, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas também à possibilidade de colheita recorde na segunda safra. Espera-se um excedente elevado, o que deve manter as exportações de milho em volumes históricos em 2023. A Conab indica produção de 27,22 milhões de toneladas, 9% acima da temporada anterior, mesmo com a redução em 3% da área. Para a segunda safra, é estimada produção de 96,27 milhões de toneladas e, para a terceira, de 2,33 milhões de toneladas. Por isso, a produção brasileira total em 2022/23 é projetada em 125,82 milhões de toneladas pela Conab.
Trigo
Atualmente, o país é um grande importador de trigo, mas o setor nacional deve aproveitar as oportunidades diante da menor oferta argentina e dos problemas logísticos no Mar Negro e aumentar sua participação nas exportações mundiais. Dessa forma, o Brasil pode se tornar o 10º maior exportador global da commodity na temporada 2022/23. A produção de trigo no país deve continuar aumentando em 2023, especialmente diante dos elevados preços praticados nos mercados interno e externo.
Boi
Em 2023, novamente, as vendas externas seguirão influenciando os valores domésticos, mas a demanda interna e, sobretudo, a tendência de recuperação da oferta no campo podem ser importantes fundamentos para o comportamento do preço. No caso das vendas externas, a China deve continuar sendo o maior destino da carne bovina brasileira, mas o controle de Covid-19 e o trabalho de recuperação da produção de suínos podem enfraquecer o ritmo das compras internacionais. O dólar elevado também tende a incentivar as vendas externas da proteína. Quanto à demanda interna, o novo cenário político-econômico pode elevar o consumo da carne bovina. No campo, a produção brasileira vinha mostrando sinais de recuperação nos primeiros três trimestres de 2022, cenário que pode ser mantido em 2023, especialmente no primeiro semestre.
Frango
Agentes do setor consultados pelo Cepea estão otimistas, com base nas possibilidades de que os embarques da carne permaneçam elevados e na demanda doméstica aquecida. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima aumento de 8,5% nas exportações da carne, que podem totalizar 5,2 milhões de toneladas, um novo recorde para o setor. A produção nacional de carne de frango deve crescer cerca de 2,3%, abrindo novas oportunidades para o Brasil e consolidando o maior protagonismo do país no mercado internacional.
Redação Cocari com informações do Cepea