Encontro reuniu órgãos de proteção para alinhar procedimentos, reforçar o fluxo de atendimento e a atuação coordenada
Apucarana promoveu nesta sexta-feira (28/11) uma capacitação para a rede especializada de atendimento e enfrentamento à violência contra a mulher, que atende mensalmente cerca de 250 situações de violência. O encontro reuniu órgãos que recebem denúncias e acolhem vítimas, como Polícia Militar, Polícia Civil, Delegacia da Mulher, Guarda Civil Municipal (GCM), Patrulha Maria da Penha, Defensoria Pública e equipe do Centro de Atendimento à Mulher (CAM). O objetivo é alinhar procedimentos, apresentar detalhes dos serviços e fortalecer a articulação entre os setores.
O prefeito Rodolfo Mota salientou o compromisso da gestão com a proteção e o cuidado das mulheres, destacando a importância de políticas públicas integradas. “É preciso prevenir, acolher e ajudar as mulheres a reconstruir suas vidas. A violência doméstica é um problema que exige coordenação entre todos os setores, com um fluxo de atendimento ágil, humanizado e eficiente, para que nenhuma mulher que sofre qualquer tipo de violência fique desamparada”, afirmou.
A secretária da Mulher e Assuntos da Família, Karine Mota, afirma que o objetivo do treinamento é fazer cada órgão compreender o papel do outro e saber exatamente como encaminhar a mulher em situação de violência. “A rede atende, em média, cerca de 250 situações de violência contra a mulher mensalmente, casos que chegam por meio de denúncias em canais como o 153, 180, 100 e 190, Delegacia da Mulher ou diretamente no CAM. Somente ontem foram registrados seis novos casos”, revelou Karine Mota.
A diretora do Centro de Atendimento à Mulher (CAM), advogada Fernanda de Freitas Araújo, explicou como funciona o atendimento psicossocial e jurídico no CAM, reforçando a importância do trabalho integrado da rede. “O CAM, por exemplo, recebe boletins de ocorrência e as medidas protetivas decretadas pelo Judiciário, iniciando imediatamente a busca ativa para ofertar apoio”, explicou.
Segundo Fernanda, a articulação imediata entre os órgãos garante agilidade e proteção contínua. Ao registrar o boletim de ocorrência, a mulher solicita a medida protetiva, que segue para análise do Judiciário. Quando deferida, a medida é integrada automaticamente ao sistema da rede especializada, permitindo o acompanhamento sigiloso de toda a situação. Além da medida protetiva, a rede mantém monitoramento constante, enquanto o Judiciário pode, conforme a gravidade do caso, determinar a prisão em flagrante ou a prisão preventiva do agressor.
Fluxo de atendimento – como a rede funciona na prática
1 – Acolhimento inicial: a mulher chega a qualquer ponto da rede.
2 – Notificação e avaliação de risco: registro no sistema e identificação do grau de perigo.
3 – Denúncia e proteção legal: encaminhamento para a Delegacia da Mulher, boletim de ocorrência e pedido de medida protetiva.
4 – Acompanhamento integrado: inclusão no CAM, com apoio social, psicológico e jurídico.
5 – Monitoramento: Patrulha Maria da Penha verifica o cumprimento das medidas.
6 – Autonomia: suporte contínuo para reconstrução da vida com segurança e independência.

