A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o cancelamento do registro do medicamento Adakveo (crizanlizumabe), que era indicado para reduzir a frequência de crises vaso-oclusivas em pacientes com doença falciforme com 16 anos ou mais. O motivo do cancelamento foi a falha na comprovação da eficácia do produto, que estava condicionada a um Termo de Compromisso (TC) com a empresa. A decisão foi tomada após análise técnica, reuniões com a empresa e consulta à Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular.
A Anvisa destacou que o processo foi transparente e que a decisão segue a recomendação do Comitê dos Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia de Medicamentos, que também concluiu que os benefícios do crizanlizumabe não superavam seus riscos. A Comissão Europeia já havia revogado a autorização condicional de comercialização do medicamento na União Europeia.
Para os pacientes que ainda estavam recebendo o medicamento fornecido gratuitamente pelo fabricante, a decisão sobre continuar ou interromper o tratamento deve ser tomada pelos médicos, com o consentimento dos pacientes, considerando a relação benefício-risco na indicação terapêutica.
A Anvisa explicou que o cancelamento do registro não impede a empresa de protocolar novamente o pedido de registro, desde que obtenha dados clínicos favoráveis que comprovem a eficácia do medicamento.