Se em alguns Estados, como na Bahia, alguns dos principais candidatos tentam distanciar da polarização Lula-Bolsonaro das eleições locais, em São Paulo o cenário é completamente oposto. O primeiro debate entre os candidatos ao governo paulista na TV, que aconteceu neste domingo (07), promovido pela Band, evidenciou a influência da disputa nacional na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
Logo nos primeiros minutos, menções diretas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorreram em ataques mútuos dos concorrentes. O primeiro deles foi protagonizado por Fernando Haddad (PT) e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que dão cara para a polarização no Estado. Ao responder uma questão sobre educação, o ex-ministro da Infraestrutura questionou a plateia sobre “qual foi o pior prefeito de São Paulo”, em clara provocação ao petista, que rebateu: “Digita no Google a palavra genocida e veja o que aparece”, disse Haddad, mencionando as mais de 600 mil mortes pela Covid-19 como culpa do governo federal. “E pior que isso, foi cortar o auxílio emergencial antes de vacinar as pessoas. Vocês são responsáveis pela crise que estamos vivendo. Lamento você já vir com tom de agressividade falando de Deus”, disse Fernando Haddad, que minutos antes havia dado “boas-vindas” a Tarcísio no Estado, já que o ex-ministro morava no Distrito Federal antes de ser candidato.
Em outro momento, Rodrigo Garcia (PSDB) disse que São Paulo “paga até hoje a crise que o PT deixou no governo federal”, em resposta a Haddad, também falando que a capital paulista ficou paralisada durante a gestão do petista. “Tanto é que teve cartão vermelho”, disse o tucano.
Além de Lula e Bolsonaro, o nome do ex-governador João Doria (PSDB) também foi citado algumas vezes durante o debate. Em uma delas, Tarcísio questionou “onde estaria” o tucano, que desistiu da vida pública e de concorrer à presidência da República por falta de apoio do próprio partido. A despeito do embate, Rodrigo Garcia negou o apadrinhamento político e, em diversos momentos, se colocou contrário à polarização no Brasil e ao confronto direto com os concorrentes. “São Paulo não quer ir para direita ou esquerda, São Paulo quer ir para frente”, disse, citando inúmeras vezes que o Estado “quer paz” e não que a polarização nacional traga reflexos no Estado. “É a briga política que só está prejudicando vocês. Não quero essa briga para São Paulo, quero que São Paulo tenha paz para continuar trabalhando e seguindo em frente.” Além de Haddad, Tarcísio e Garcia, outros dois candidatos participaram do debate: Vinícius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT).
Jovem Pan