A Tupperware Brands, conhecida pelos icônicos potes plásticos, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos nesta terça-feira (18). A solicitação foi feita sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, que permite proteção contra falência enquanto a empresa tenta se reestruturar financeiramente. A Tupperware acumula uma dívida superior a US$ 700 milhões (aproximadamente R$ 3,9 bilhões) e busca soluções para evitar a falência.
Em comunicado oficial, a empresa informou que continuará operando normalmente enquanto trabalha na venda do negócio. “Estamos buscando a aprovação do Tribunal para facilitar esse processo de venda, protegendo nossa marca e impulsionando a transformação da Tupperware em uma empresa digital, movida pela tecnologia”, afirmou a companhia.
Além disso, a empresa declarou que está tomando medidas para minimizar o impacto sobre funcionários, fornecedores e outros parceiros, como o pagamento de salários e quitação de dívidas específicas. A Tupperware também pretende honrar suas obrigações fiscais.
A CEO da Tupperware, Laurie Ann Goldman, destacou que a situação financeira da companhia foi gravemente afetada pelos desafios macroeconômicos dos últimos anos. “Analisamos diversas opções estratégicas e acreditamos que esta é a melhor escolha para o futuro da empresa”, disse a executiva, reforçando o compromisso com a transformação digital da marca.
Histórico de dificuldades
Os problemas financeiros da Tupperware vêm de longa data. Em 2022, a empresa já alertava sobre a possibilidade de não conseguir manter suas operações. A Tupperware fechou contratos de crédito em 2021, que totalizavam US$ 820 milhões, com vencimento previsto para julho de 2025. No entanto, em 2023, os termos desses contratos foram revisados, reduzindo a liquidez disponível e aumentando os juros sobre os empréstimos.
Com a caixa enfraquecida e um cenário econômico desfavorável, a empresa indicou que poderia descumprir os termos contratuais, o que a colocaria em situação de inadimplência. Caso isso ocorresse, os credores teriam o direito de exigir o pagamento imediato dos empréstimos e restringir o acesso a novos financiamentos, agravando ainda mais a situação financeira da Tupperware.