Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar três pessoas da família do marido com um bolo de frutas cristalizadas, foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (13) na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. A Polícia Penal suspeita de suicídio.
A mulher estava presa desde 5 de janeiro, acusada de adicionar arsênio à farinha utilizada no bolo consumido na véspera de Natal, em Torres (RS). A investigação também apurava seu possível envolvimento na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro, após consumir alimentos levados por ela.
Segundo a Polícia Penal, Deise foi encontrada sem sinais vitais durante a conferência matinal. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte por asfixia mecânica autoinfligida. A detenta estava sozinha na cela e havia deixado um bilhete onde alegava inocência e mencionava sofrimento e depressão.
A administração do presídio teria sido alertada sobre o risco de suicídio um dia antes, após a suspeita ser informada sobre o divórcio solicitado pelo marido. Ela havia recebido atendimento psicológico e médico desde sua transferência para Guaíba, no início de fevereiro.
Relembre o caso
O crime ocorreu dias antes do Natal, quando sete pessoas da mesma família passaram mal após comer o bolo preparado por Zeli dos Anjos, sogra de Deise. Três mulheres morreram em poucas horas: Tatiana Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos.
Zeli, apontada pela polícia como o alvo do envenenamento, sobreviveu, assim como uma criança de 10 anos que também ingeriu o doce.
Após a descoberta do envenenamento, a polícia exumou o corpo do sogro de Deise e constatou a presença de arsênio. Ele havia falecido em setembro após consumir bananas e leite em pó entregues pela nora.
A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) investigarão as circunstâncias da morte de Deise no presídio.