A montadora Stellantis, proprietária de marcas como Fiat e Jeep, revelou nesta quarta-feira (6) um plano de investimento de R$ 30 bilhões em suas fábricas no Brasil entre 2025 e 2030, representando o maior aporte já feito na indústria automobilística nacional.
Para efeito de comparação, a Volkswagen anunciou, um mês atrás, um investimento de R$ 16 bilhões em suas quatro fábricas no Brasil até 2028.
Com esse investimento, está previsto o lançamento de pelo menos 40 novos produtos, juntamente com o desenvolvimento de tecnologias para descarbonização dos veículos produzidos pela empresa.
O foco principal do investimento será no desenvolvimento da tecnologia bio-híbrida, que combina eletrificação com motores flex movidos a etanol, introduzida pela montadora em agosto do ano passado.
Carlos Tavares, diretor-executivo da Stellantis, destacou que a empresa tem como alvo principal os clientes brasileiros de classe média, visando oferecer uma mobilidade segura, limpa e acessível. Ele ressaltou que os carros totalmente elétricos ainda não são o foco dos investimentos da empresa no país, devido ao alto custo dessa tecnologia para a maioria dos consumidores.
A Stellantis espera anunciar nos próximos meses mais detalhes sobre quais plantas e modelos serão beneficiados por esse investimento.
Esse investimento da Stellantis no Brasil está alinhado com o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) do governo federal, estabelecido por meio de medida provisória em dezembro de 2023, que oferece incentivos para a produção de veículos sustentáveis e para a realização de pesquisas voltadas para a descarbonização.
Carlos Tavares ressaltou a importância de não haver distorções na competição e afirmou que solicitou ao governo para que a Stellantis receba apenas os mesmos subsídios e benefícios concedidos aos seus concorrentes, garantindo a competitividade no mercado.
Quanto à regionalização da indústria automotiva, Tavares observou que cada região está abordando a questão da mobilidade limpa de acordo com suas necessidades e recursos disponíveis. Enquanto a Europa prioriza os carros totalmente elétricos, no Brasil e em outros países da América Latina, a alternativa é investir em motores menos poluentes, movidos a etanol.
Tavares reconhece que essa regionalização não é ideal a longo prazo, mas destaca a necessidade de investimento em pesquisas para desenvolver baterias elétricas mais acessíveis, reduzindo os custos dos veículos elétricos em todo o mundo.