A Polícia Civil de Apucarana apura as circunstâncias da morte de Davi Ricardo dos Santos, 63 anos, ocorrida dentro do Hospital da Providência na sexta-feira (22 de agosto). O paciente estava internado havia cerca de 15 dias e se preparava para receber alta médica quando sofreu uma complicação inesperada.

Segundo o delegado André Garcia, Davi utilizava cateter nasal para oxigênio e um acesso venoso central para receber soro. Em determinado momento, o tubo de oxigênio foi conectado indevidamente à via intravenosa, fazendo com que o gás fosse injetado diretamente na corrente sanguínea. O erro teria causado uma embolia gasosa, resultando na morte quase imediata.

O caso foi registrado como homicídio culposo, mas o delegado não descarta outras linhas de investigação. “Nosso trabalho é descobrir quem fez isso e por que fez. Se foi um erro, imperícia, imprudência ou até algo doloso. Todas as possibilidades estão sendo analisadas”, afirmou.

Versões apresentadas

A acompanhante do paciente contou que retirou o cateter apenas para ajudar Davi a trocar de roupa, mas negou ter feito a conexão incorreta. Outra pessoa que cuidava de um paciente no mesmo quarto também negou envolvimento.

O Hospital da Providência, por meio do setor jurídico, foi o primeiro a procurar a Polícia Civil e comunicar o caso. Em nota, informou que um membro da equipe constatou a troca dos dispositivos e reforçou que os equipamentos não devem ser manipulados por pessoas não habilitadas.

Investigação em andamento

A Polícia Científica recolheu os materiais utilizados e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Apucarana. O laudo da necropsia deve confirmar a causa da morte. O hospital instaurou uma apuração interna e afirma colaborar com as autoridades.

A Polícia Civil segue colhendo depoimentos para esclarecer se houve erro humano, negligência ou outra circunstância que levou ao desfecho. O episódio, considerado grave e inusitado, deixou em choque familiares, funcionários e pacientes da unidade de saúde.