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Memória em Imagem: a última eleição nacional disputada em 15 de novembro

Fernando Collor na disputa de 1989. Foto: Reprodução/Brasil Escola

Algumas décadas atrás, as eleições presidenciais no Brasil eram disputadas no dia 15 de novembro. Exatamente, o feriado da Proclamação da República era marcado pela urna dos brasileiros às urnas. E a última nesse molde foi a disputa de 1989.

Foi uma corrida presidencial emblemática em vários sentidos. A primeira eleição em que analfabetos puderam votar. Também a primeira em que os jovens de 16 e 17 anos passaram a participar, através do voto facultativo. A disputa foi ainda a primeira após a promulgação da Constituição Federal de 1988.

Ao todo, eram 22 candidatos a presidente e 22 a vice-presidente. Os principais candidatos foram o liberal Fernando Collor de Mello (então PRN, atual Agir), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o trabalhista Leonel Brizola (PDT), o social-democrata Mário Covas e o conservador Paulo Salim Maluf (PDS, atual Progressistas). Um detalhe é que foi a primeira eleição direta brasileira em que presidente e vice foram eleitos juntos, norma que foi mantida nas eleições seguintes e continua valendo até os dias atuais.

Silvio Santos

Em novembro de 1989, com a corrida eleitoral em andamento, Silvio Santos foi anunciado como candidato à presidência pelo PMB. Ele substituiu o pastor evangélico Armando Corrêa. O dono do SBT chegou a fazer algumas gravações para a propaganda eleitoral. Mas a candidatura foi interrompida.

Faltando alguns dias para a votação, Silvio Santos teve seu registro impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por irregularidade no registro do PMB (o partido fez convenções partidárias em apenas cinco estados, ao invés de 9). Silvio se filiou ao PFL e até chegou a ensaiar participar de outras eleições, mas acabou decidindo que aquele mundo não era pra ele, e voltou a cuidar exclusivamente de seus negócios na iniciativa privada. Já o PMB sofreu a punição mais grave, e teve seu registro como partido cancelado pelo TSE.

Segundo turno

Com um grande número de candidatos, a disputa acabou indo ao segundo turno. Fernando Collor e Itamar Franco enfrentaram Lula e José Paulo Bisol no dia 17 de dezembro. A vitória ficou para a chapa Collor-Franco, com mais de 35 milhões de votos (53,03%), contra os pouco mais de 31 milhões angariados por Lula-Bisol.

Collor foi o candidato mais votado na esmagadora maioria dos estados brasileiros, sendo derrotado por Lula apenas no Pernambuco, Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.