O ex-pugilista José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, faleceu nesta quinta-feira (24) em São Paulo, conforme confirmou sua esposa, Irani Pinheiro, ao Globo Esporte.

Maguila estava internado no Centro Terapêutico Anjos de Deus, em Itu (SP), onde vinha sendo tratado de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), também chamada de demência pugilística – uma doença degenerativa sem cura, provocada por impactos repetidos na cabeça ao longo de sua carreira no boxe. Após uma piora em seu estado de saúde, ele foi transferido para o Hospital das Clínicas, onde veio a falecer.

Carreira e legado no boxe

Maguila teve uma carreira brilhante que durou de 1983 a 2000, acumulando 85 lutas profissionais. Ele conquistou 77 vitórias (61 por nocaute), sofreu sete derrotas e teve um empate técnico. Uma de suas lutas mais marcantes foi contra o lendário George Foreman, embora tenha sido nocauteado pelo norte-americano.

Antes de completar 50 anos, Maguila foi diagnosticado com ETC, mas, inicialmente, recebeu tratamento para Alzheimer por erro médico. Em 2015, o neurologista Renato Anghinah assumiu seu caso e confirmou que a doença era decorrente dos traumas repetidos sofridos durante as lutas.

Em 2022, Maguila concedeu sua última entrevista ao Globo Esporte, na clínica onde estava em tratamento paliativo, e deixou uma mensagem afetuosa ao público brasileiro:

“Quero mandar um abraço para todo o povo brasileiro que me viu lutar. Estou bem e fiquem tranquilos. Só não posso mais lutar, mas estou bem. Essa doença que nem sei falar o nome, mas é difícil. É para o povo ficar tranquilo que estou bem.”

Maguila foi um dos maiores nomes do boxe no Brasil, inspirando gerações e conquistando fãs pela sua força e carisma. Sua partida deixa um legado inesquecível no esporte nacional.