Justiça do Rio de Janeiro libera sobrinha que tentou fazer empréstimo com cadáver

Foto: Reprodução/G1

Nesta quinta-feira (2), a Justiça do Rio de Janeiro ordenou a libertação de Érika de Souza, sobrinha de Tio Paulo, que tentou obter um empréstimo bancário em nome do idoso, que estava morto em uma cadeira de rodas.

Érika se tornou ré por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver, crimes que ela responderá em liberdade. Ela foi acusada desses crimes pelo Ministério Público do Rio de Janeiro na última terça-feira (30).

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, a advogada Ana Carla de Souza Correa celebrou a decisão judicial favorável à sua cliente.

“Recebemos uma notícia que nos trouxe muita alegria, o alvará de soltura foi expedido através do pedido de revogação da preventiva”, declarou emocionada no vídeo.

A Justiça aceitou o argumento da defesa de que Érika precisa estar em casa para cuidar de uma filha com necessidades especiais.

A decisão foi proferida pela 2ª Vara Criminal de Bangu. A juíza Luciana Mocco estabeleceu algumas medidas cautelares. Érika deverá comparecer mensalmente ao tribunal para informar suas atividades e qualquer mudança de endereço. Se Érika receber um laudo médico recomendando sua internação para tratamento de saúde mental, a Justiça também deverá ser notificada.

Além disso, ela está proibida de se ausentar da cidade por mais de sete dias sem autorização judicial.

Relembrando o caso

Na tarde de 16 de abril, Érika de Souza Vieira, sobrinha de Tio Paulo, levou o idoso já falecido para tentar sacar um empréstimo no valor de R$ 17 mil.

Durante a negociação do empréstimo, o homem permaneceu imóvel o tempo todo. Os funcionários do banco acharam a situação estranha e começaram a filmar.

Para fazer o empréstimo, Paulo deveria assinar um documento, o que não foi possível, pois ele estava morto. Mesmo assim, Erika insiste: “Tio Paulo, está ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, tem que ser o senhor. O que eu posso fazer, eu faço”.

Mesmo sem o idoso mover um dedo, a suposta sobrinha continua conversando com o morto, enquanto tenta fazer a mão do cadáver pegar a caneta: “Tipo igual o documento aqui, ó. Paulo Roberto Braga. O senhor segura, o senhor segura forte pra caramba a cadeira aí”.

Ao ver que estava difícil fazer a mão do tio pegar a caneta, a sobrinha pergunta para as atendentes: “Ele não segurou ali a porta?”. Duas vozes femininas respondem que não viram ele segurar.

“Segura, tio. Assina para não me dar mais dor de cabeça, ter que ir no cartório. Não aguento mais”, continua Erika.

Nesse momento, as duas atendentes começam a intervir, “ele não tá bem, não”. É quando uma mosca pousa no nariz do homem. Erika começa a perguntar ao cadáver: “Tá sentindo alguma coisa? Mas ele não diz nada!”. As atendentes repetem que o homem não aparenta estar bem, “a corzinha não tá ficando…”. Erika rebate falando que o tio é assim mesmo.

A sobrinha finaliza o vídeo perguntando ao tio morto: “Se o senhor não ficar bem, vou te levar para o hospital. Quer ir para UPA de novo?”.

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