Uma Ferrari avaliada em mais de R$ 2 milhões, um Porsche e uma Mercedes-Benz foram apreendidos na residência de Carlos Augusto Ferreira, secretário da Fazenda de Maringá, durante uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (16). Ele é um dos alvos de uma investigação que apura um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico internacional, mas não foi preso.
Em nota, o secretário afirmou não ter conhecimento sobre os crimes investigados e que nada de ilícito foi encontrado em sua casa. “Assim que tivermos acesso ao inquérito policial informaremos maiores detalhes”, declarou. A investigação não tem relação com o trabalho de Ferreira na prefeitura.
O nome do secretário surgiu na apuração após a interceptação de conversas entre ele e um doleiro, ocorridas entre 2019 e 2021. O conteúdo do diálogo não foi divulgado.
A Prefeitura de Maringá informou que Ferreira pediu licença temporária para esclarecer os fatos e que, antes de sua nomeação, nenhuma certidão exigida apontou irregularidades em seu histórico.
A operação
O objetivo da ação, segundo a PF, é desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa. A investigação é um desdobramento da Operação Mafiusi, deflagrada em dezembro de 2024, que revelou a movimentação de dinheiro do narcotráfico por meio de câmbio paralelo, fintechs e empresas de fachada. O grupo é suspeito, inclusive, de ter adquirido um time de futebol com dinheiro do tráfico.
Nesta quinta-feira, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva em cidades do Paraná e de São Paulo. No total, a Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 13,9 milhões em bens e contas bancárias dos investigados.
Leia a nota da Prefeitura de Maringá:
A Prefeitura de Maringá informa que o objeto da investigação não tem relação com a gestão municipal. O secretário da Fazenda Carlos Augusto pediu licença temporária para se dedicar totalmente a esclarecer os fatos.
O município destaca que, no processo de nomeação dos secretários, todas as certidões exigidas são devidamente verificadas, e que o servidor não apresentou qualquer registro que o desabonasse.
A Prefeitura reitera a confiança nas instituições, no devido processo legal e no direito à ampla defesa.
Leia a nota do secretário na íntegra:
Hoje, 16 de outubro de 2025 as 06:30 da manhã fui surpreendido por equipe da Polícia Federal, equipe de Londrina, com um MANDADO DE BUSCA E APREENSAO, em minha residência, os quais foram recebidos e nos colocamos a disposição tendo colaborado com as autoridades naquilo que me foi solicitado.
Desconheço do que se trata pois não tivemos, ainda, acesso ao conteúdo do Inquérito que corre na 23ª Vara Federal de Curitiba sob sigilo, apenas sabemos que os fatos iniciais são de 2022, tendo o numero IPL 2022.0054361-SR/DPF/PR, neste período minha única ocupação era como Executivo do Grupo Empresarial de Saúde Nacional não tendo outra atividade empresarial, consultoria ou participei de Conselhos de Administração de qualquer empresa.
Em minha residência, posso afiançar, que nada ilícito ou obtido de forma torpe foi encontrado e vamos ultimar esforços com nosso advogado para ter maiores detalhes e esclarecer os fatos.
No meu histórico profissional, como Executivo Sênior e Empreendedor a décadas nenhuma mazela foi identificada, assessorei diversos clientes em assuntos específicos nas competências que possuo, fusões, aquisições e melhoria de performance.
Saliento que esta fase de inquéritos diz respeito a prospecção probatória onde não se pode exercer o amplo de direito de defesa ou, ainda no meu caso, qualquer obstaculização e ações das autoridades, o que respeito e respeitarei sempre.
Assim que tivermos acesso ao inquérito policial informaremos maiores detalhes.
Na condição de Secretário Municipal da Fazenda solicitei ao Sr Prefeito licença para ter acesso e compreender o teor do Inquérito e providenciar minha defesa naquilo que couber e certamente demonstrará total isenção e nenhuma ligação com os fatos em Investigação.
Com informações da Polícia Federal.