Um estudo divulgado nesta quarta-feira (26) por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), UFMG e USP aponta a viabilidade de implantar a tarifa zero no transporte público brasileiro. A proposta central é substituir o atual modelo de vale-transporte por um fundo financiado por empresas, isentando o trabalhador do desconto de 6% na folha de pagamento e garantindo gratuidade para toda a população.
O levantamento, intitulado “Caminhos para a tarifa zero”, sugere que empresas públicas e privadas com mais de 10 funcionários contribuam para um fundo nacional. Segundo os dados, 81,5% dos estabelecimentos comerciais do país estariam isentos dessa cobrança. Para os demais, a contribuição estimada seria de aproximadamente R$ 255 mensais por funcionário (contabilizando apenas os que excederem o número de dez).
A arrecadação prevista é de R$ 80 bilhões anuais, valor superior ao custo estimado para operar o transporte gratuito nas 706 cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes (R$ 78 bilhões). O modelo, segundo os autores, não dependeria de recursos do Orçamento da União nem da criação de novos impostos para a população.
Além do alívio financeiro, que injetaria bilhões na economia local com o aumento do poder de compra dos trabalhadores, o estudo projeta impactos na segurança. A migração do transporte individual para o coletivo reduziria o número de acidentes, especialmente com motocicletas, diminuindo a pressão sobre o sistema de saúde. A sugestão do grupo é iniciar testes em regiões metropolitanas a partir de 2026.


