Lidar com ondas de calor enquanto pratica atividade física tornou-se um desafio significativo devido às mudanças climáticas e ao aumento nas temperaturas globais. Além dos impactos ambientais, altas temperaturas podem ter sérias consequências para a saúde, afetando órgãos como coração, cérebro, rins e fígado.
O aumento nas temperaturas corporais, resultado do aquecimento global, pode desencadear uma série de complicações, incluindo inflamação sistêmica e condições como rabdomiólise, que envolve lesões musculares causadas por calor excessivo. A mioglobina liberada durante esse processo pode prejudicar a função renal, levando à insuficiência renal.
Estudos indicam que milhões de pessoas enfrentarão aumentos significativos em suas temperaturas corporais nos próximos anos devido às altas temperaturas do planeta. Isso pode resultar em complicações graves, incluindo distúrbios de coagulação sanguínea, afetando quase 50% dos casos.
A prática de atividade física em condições de calor extremo intensifica a resposta inflamatória sistêmica, colocando em risco a saúde de diferentes órgãos. Surpreendentemente, casos de hipertermia corporal têm sido diagnosticados em grupos que realizam pouca atividade física, como crianças e idosos, aumentando as taxas de hospitalização devido à desidratação, insuficiência renal e infecções.
Os desafios para a ciência incluem diagnosticar níveis diferentes de sobrecarga térmica e identificar biomarcadores que indiquem disfunções orgânicas causadas pelo calor excessivo. Biomarcadores, como o D-dímero, estão sendo investigados para avaliar distúrbios de coagulação.
Medidas terapêuticas para lidar com a hipertermia corporal incluem hidratação rigorosa, esfriamento do corpo, uso de anti-inflamatórios, anticoagulantes e, em alguns casos, antibióticos. A hidratação é crucial para repor perdas e diluir toxinas circulantes.
O estudo coordenado por Jerrold Levy propõe questões importantes para entender melhor o impacto da hipertermia na saúde global, incluindo fatores facilitadores da progressão da disfunção orgânica e a relação entre inflamação e distúrbios de coagulação.
Diante dos efeitos deletérios do aquecimento global, medidas terapêuticas precisam ser implementadas precocemente, especialmente para aqueles com histórico de doenças prévias ou condições clínicas mais frágeis. A orientação sobre atividade física deve considerar as possíveis complicações da hipertermia. O desafio é grande, mas a conscientização e ações preventivas podem ajudar a mitigar os impactos da relação entre mudanças climáticas, calor extremo e saúde humana.