Uma força-tarefa resgatou um casal de trabalhadores rurais que vivia em condições análogas à escravidão na zona rural de Manoel Ribas. A ação, realizada na última quarta-feira (1º), revelou uma situação de moradia degradante, além de exploração financeira e de saúde das vítimas.

A operação foi deflagrada após uma denúncia encaminhada pela Polícia Civil e contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Federal. No local, as equipes encontraram a moradia oferecida ao casal em estado precário e insalubre, com risco de infestação por pragas e instalações elétricas inseguras, o que levou à interdição imediata do imóvel.

Além das péssimas condições de habitação, a investigação revelou grave exploração no trabalho. Um dos resgatados aplicava agrotóxicos sem qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI), recebendo apenas R$ 30 por bomba utilizada. Como pagamento mensal, o homem ganhava cerca de R$ 200, enquanto a mulher não tinha qualquer remuneração.

O casal, que já havia sofrido fraturas em acidentes de trabalho e estava com a saúde debilitada, ainda precisava pagar ao proprietário por caronas até a cidade. Segundo a força-tarefa, o dono da propriedade se recusou a reconhecer o vínculo empregatício e a pagar as verbas rescisórias. As vítimas foram retiradas do local e acolhidas pela assistência social do município.