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Virose em estufas de tomate causa prejuízo milionário em Faxinal e região

Uma virose agressiva tem devastado lavouras de tomate na região de Faxinal, provocando perdas milionárias e afetando a economia local. A doença, transmitida principalmente pela mosca-branca, espalha-se rapidamente, forçando produtores a arrancar mudas contaminadas e acumulando prejuízos significativos. Somente em Faxinal, as perdas podem chegar a R$ 30 milhões.

O problema foi destaque na Rádio Nova Era FM, no quadro “Momento Agropecuário”, com o repórter Ronaldo Senes (Berimbau). O agrônomo Tarcino Davantel e o engenheiro-agrônomo Dr. André Miguel, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), explicaram que a infestação se intensificou a partir de dezembro, impulsionada por condições climáticas favoráveis ao aumento da população de mosca-branca e trips, principais vetores do vírus. O período de veranico entre dezembro e janeiro agravou ainda mais a situação.

Os sintomas da virose incluem deformações nas plantas e interrupção do crescimento, tornando a produção inviável quando as mudas são afetadas ainda jovens. Técnicos relatam que estufas inteiras podem ser comprometidas em poucos dias.

Investigação e impactos econômicos

Laboratórios especializados foram acionados para identificar o agente causador. Amostras das lavouras foram enviadas para Londrina, Rio Grande do Sul, Brasília e até para a Holanda. A suspeita inicial aponta para um geminivírus, transmitido pela mosca-branca.

A falta de variedades resistentes na região agrava a crise. O tomate “Pai Pai” e o Masseratti estão entre os mais afetados. Especialistas recomendam a substituição por cultivares mais resistentes, mas ainda não há uma solução definitiva.

O impacto econômico já é alarmante. Mais de um milhão de mudas foram descartadas, gerando prejuízo imediato superior a R$ 3 milhões. A previsão inicial da safra em Faxinal era de R$ 40 milhões, mas agora pode não ultrapassar R$ 10 milhões. Além de Faxinal, municípios como Cruzmaltina, Marilândia do Sul, Borrazópolis, Grandes Rios e Rosário do Ivaí também registram surtos da doença. O problema se estende a outras regiões produtoras do Paraná, incluindo Reserva, Cândido de Abreu, Santa Maria do Oeste, Londrina e Apucarana.

Ações e recomendações

Enquanto aguardam um diagnóstico definitivo, os produtores enfrentam incertezas e buscam medidas emergenciais. A principal recomendação é evitar o plantio de variedades suscetíveis e intensificar o controle da mosca-branca. O IDR-Paraná deve emitir uma nota técnica nos próximos dias, o que permitirá aos agricultores acionarem o seguro agrícola do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para amenizar as perdas financeiras.

A crise no setor preocupa especialistas e agricultores, que esperam soluções eficazes para conter a propagação da virose e minimizar os impactos na produção de tomate na região.

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