Com a nova projeção, o salário mínimo em 2024 está previsto para ser de R$ 1.412, um aumento em relação aos atuais R$ 1.320. Esse reajuste de R$ 92 ficou abaixo da estimativa inicial do governo, que era de R$ 1.421, conforme proposta orçamentária deste ano.
A confirmação desse valor foi feita pelo economista-chefe da Warren Rena, Felipe Salto, ex-diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado Federal.
O cálculo para o salário mínimo de 2024 leva em consideração a nova política de valorização permanente estabelecida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e já aprovada pelo Congresso Nacional. De acordo com essa política, o aumento anual é determinado pela soma do índice de inflação com o índice correspondente ao crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.
A inflação considerada é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulado nos doze meses encerrados em novembro do ano anterior ao reajuste. Esse valor, divulgado pelo IBGE, foi de 3,85%.
Somando-se a essa variação, temos o crescimento do PIB de 2022, totalizando 3% de expansão (valor revisado).
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve como referência para 54 milhões de pessoas no Brasil.
No governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), as propostas de reajuste do salário mínimo, seguindo a diretriz da equipe econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes, consideravam apenas a variação da inflação, sem incluir aumento real.
No contexto do orçamento de 2024, enviado ao Congresso Nacional em agosto, o governo destacou a valorização do salário mínimo (acima da inflação) como uma das políticas para redução da desigualdade, buscando garantir crescimento com inclusão social.
O governo prevê que o aumento real do salário mínimo, juntamente com a redução das taxas de juros básicos da economia, impulsionará a demanda doméstica em 2024, contribuindo para o crescimento do Produto Interno Bruto, estimado em 2,5% pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Entretanto, conceder um reajuste maior ao salário mínimo implica em um aumento nos gastos do governo federal, uma vez que os benefícios previdenciários não podem ser inferiores ao valor do mínimo. De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo, a despesa em 2024 aumenta aproximadamente R$ 389 milhões.