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Copom corta taxa de juros em 0,5 ponto percentual

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na quarta-feira (2) reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano.

O placar no Copom foi de cinco votos para derrubar a taxa para 13,25% e quatro votos a favor de 13,50%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Fiscal, Gabriel Galípolo, concordaram em cortar a taxa em 0,5 ponto percentual. O governo vinha criticando Campos Neto desde o início do ano pelas sucessivas decisões do Copom de não baixar a taxa.

Este foi o primeiro corte da taxa básica de juros em três anos. A última queda havia acontecido em agosto de 2020, em meio à fase mais aguda da pandemia de Covid-19, quando a taxa Selic caiu de 2,5% para 2% ao ano.

A decisão do Copom foi tomada em meio a uma melhora no cenário para a inflação. Em maio, a inflação oficial desacelerou para 0,23% de alta. E, em junho, foi registrada deflação, ou seja, queda de preços, de 0,08%.

No comunicado divulgado após a reunião, o comitê argumentou que a melhora do cenário para a inflação possibilitou a redução da Selic. “O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”.

Segundo o comunicado, o Copom chegou a avaliar a possibilidade de reduzir a Selic em um patamar menor, de 0,25 ponto percentual, mas que considerou “apropriado” reduzir em 0,50 ponto percentual em função da melhora do quadro inflacionário.

A decisão do Copom também pode ocasionar “suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

No comunicado, o Copom disse ainda que, nas próximas reuniões, pode continuar fazendo na Selic “redução da mesma magnitude” desta quarta-feira. Ou seja, cortes de 0,5 ponto percentual.

“Em se confirmando o cenário esperado [de desinflação e ancoragem das expectativas em torno da meta de inflação], os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.

A decisão do Copom se deu em meio às críticas persistentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de membros do governo federal ao atual patamar da Selic. A avaliação é que o índice tem inibido o crescimento da economia.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, argumenta que a manutenção da taxa foi importante para conter a inflação. Campos Neto, no entanto, tem autonomia — ou seja, não pode ser demitido por Lula.

O corte de juros deve ajudar a estimular o consumo e a produção, o que pode levar a um crescimento mais acelerado da economia. No entanto, é importante notar que o impacto do corte de juros pode demorar alguns meses para ser sentido na economia real.

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