O prefeito de Mauá da Serra, Giva Lopes (PSD), reagiu com indignação à decisão da Câmara de Vereadores que, na última segunda-feira (15), aprovou uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, limitando a capacidade de remanejamento de verbas do Executivo a apenas 0,3%. Em entrevista exclusiva à Rádio Nova Era FM na manhã desta terça-feira (16), Giva classificou a medida como “ciúmes” e perseguição política, afirmando que pretende judicializar a questão para garantir a governabilidade.
Gestão “Engessada”
A alteração na LDO retira a autonomia financeira da prefeitura, obrigando o envio de novos projetos de lei para a Câmara para praticamente qualquer movimentação de recursos não prevista inicialmente. Durante a entrevista, Giva Lopes afirmou receber a notícia com “extrema tristeza” e alertou que a decisão pode travar serviços essenciais.
“Eles não estão preocupados nem um pouquinho com a população. Hoje em dia, até folha salarial muitas vezes tem que ser suplementada. Numa situação de emergência, para uma medicação, não tem como usar o recurso de imediato”, desabafou o prefeito.
Impactos imediatos e economia
Giva Lopes destacou que sua gestão economizou mais de R$ 5 milhões em custos operacionais neste ano em comparação à administração anterior. Ele citou como exemplo o gasto com material de construção e manutenção de veículos, que caiu drasticamente.
Segundo o prefeito, a trava orçamentária já impacta planos futuros, como a instalação de um parque de diversões na Vila Santa Maria, que seria viabilizado via suplementação e agora está ameaçado. “A gestão passada trabalhava com orçamento [margem de suplementação] em 25%. O nosso jogaram a zero, porque 0,3% é para tirar sarro”, criticou.
Queda de braço política
A votação na Câmara evidenciou o isolamento do prefeito, que conta com apenas um vereador na base aliada. A emenda foi aprovada pelos vereadores de oposição Juarez Miranda, Leandro Miranda (Tatu), Luciano Roberto Pinto, Leonardo Belinatti e Suzelaine.
O vereador Leonardo Belinatti justificou a medida afirmando que a Câmara quer “participar ainda mais da LDO” e mandou um recado direto: “Prefeito, você pode ter a chave da cidade, mas essa Câmara aqui tem o orçamento. E o orçamento a gente sabe que é o que comanda tudo”.
Em resposta, Giva Lopes rebateu as críticas e relembrou escândalos passados envolvendo diárias de vereadores, citando o caso de um parlamentar que utilizou carro oficial para um curso em Belo Horizonte (MG), mas foi flagrado em Caldas Novas (GO), destino turístico a 600 km de distância.
O prefeito confirmou que buscará reverter a decisão na Justiça, argumentando que o orçamento é uma prerrogativa do Executivo e que a limitação imposta inviabiliza a administração.


