A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná apresentou nesta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro, demandas para ampliar o financiamento federal destinado à assistência hospitalar e ambulatorial de Média e Alta Complexidade (MAC). O debate, focado na manutenção de cirurgias e exames especializados, abriu o painel de saúde do 14º Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).
Durante a câmara técnica, o Paraná detalhou as estratégias adotadas para cobrir a defasagem de verbas da União, citando como exemplo o programa Opera Paraná. A iniciativa estabelece parcerias com hospitais mediante investimento direto do Estado. Em todo o ano de 2024, o programa viabilizou 686 mil procedimentos. Já nos primeiros seis meses deste ano, foram registrados mais de 370 mil atendimentos.
O diretor-geral da Sesa, César Neves, alertou para a queda progressiva na participação federal no custeio da saúde. No início do século, a União cobria 70% dos custos desses serviços; atualmente, esse índice despencou para 38%. O restante foi absorvido pelos estados e municípios, que no Paraná arcam com 60% das despesas.
“A Sesa vem aportando recursos próprios para complementar essa insuficiência e ampliar contratos assistenciais, mas é essencial a recomposição federal para garantir a sustentabilidade da rede”, afirmou Neves.
Para mitigar o impacto financeiro, o Estado aumentou repasses para partos de risco habitual e alto risco, enviando R$ 160 milhões aos municípios apenas em 2023. A expectativa do grupo, que reúne os sete estados do Sul e Sudeste, é formalizar na “Carta do Rio” o pedido de recomposição do financiamento do teto MAC para níveis anteriores à regressão. Também foi pauta do encontro o programa “Agora tem Especialistas”, voltado à redução de filas no SUS.


